- O boro é um micronutriente necessário para a nutrição de todas as plantas.
- Embora geralmente tenha sido aceito que o boro é imóvel no floema nas plantas, pesquisas recentes mostram que o boro é móvel no tecido do floema em uma série de espécies.
- O diagnóstico das deficiências de boro e a maioria dos métodos eficientes de aplicação de boro diferem nas espécies de plantas em termos de mobilidade ou imobilidade de boro.
- O conhecimento acerca da mobilidade relativa do boro em uma determinada espécie de planta aprimorará a capacidade de diagnosticar as deficiências de boro e de fornecer o boro necessário visando à produção ideal das culturas.
O boro (B) é necessário para o crescimento de todas as plantas. É essencial que o boro esteja disponível para o crescimento vegetativo novo e o desenvolvimento reprodutivo. Portanto, o boro deve permanecer disponível para absorção pela planta durante todo o período de crescimento, a menos que ele possa ser transferido dos tecidos mais velhos para os tecidos novos na planta.
A absorção de boro pela planta é um processo passivo (não metabólico) e o boro é transportado nos vasos do xilema (fluxo de transpiração) de todas as espécies de plantas. Portanto, o boro é móvel no sistema do xilema de todas as plantas. Em geral, aceitava-se que é um nutriente imóvel no tecido do floema das plantas. Uma vez incorporado em um determinado tecido (como as folhas), o boro não pode ser novamente movimentado para suprir as necessidades dos outros tecidos das plantas. No entanto, resultados de pesquisas recentes realizadas por Dr. P.H. Brown e associados da University of California, Davis, demonstraram que a mobilidade de boro no floema varia significativamente entre as espécies de plantas.
Esses resultados mostram que agora é sabido que o boro é móvel em todas as espécies de plantas que usam açúcares simples (chamados polióis) como os compostos principais nos processos fotossintéticos. O boro forma um complexo com esses polióis e é transportado nos tecidos do floema para ativar regiões de crescimento na planta.
Nas espécies de plantas que não produzem quantidades significativas de polióis, o boro não pode retornar à corrente do floema depois que tiver sido fornecido aos tecidos das folhas no fluxo de transpiração (tecido do xilema). Esse boro tende a se acumular nas folhas e afirma-se que o boro seja imóvel nessas espécies.
Resultados de pesquisas
Evidências da mobilidade ou imobilidade do floema também podem ser encontradas ao se estudar a distribuição de boro em diferentes tecidos de uma determinada espécie. Por exemplo, em condições de campo, o pistache e a nogueira continham as concentrações mais altas de boro nas folhas, e as concentrações mais baixas de boro nos frutos e sementes. Isso indica que o boro dessas folhas não se desloca para os frutos e sementes. Em contrapartida, amendoeiras e macieiras cultivadas no mesmo campo apresentaram as concentrações mais altas de boro nas cascas e nos frutos, respectivamente, com muito menos boro nas folhas. Os dados na Tabela 1 fornecem as concentrações de boro em vários tecidos das quatro espécies de árvores.
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As concentrações de boro nas folhas de diferentes idades na mesma planta também fornecem evidência da mobilidade de boro em uma espécie (Tabela 2 e 3). Concentrações mais altas de boro nas folhas basais (mais velhas) do que nas apicais (mais jovens) indica imobilidade de boro. Em contrapartida, concentrações mais altas de boro nas folhas mais jovens (na seção inferior da Tabela 2) indicam mobilidade de boro, uma vez que as folhas mais jovens transpiraram menos água do que as folhas mais velhas.
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A Tabela 4 resume o conhecimento atual do agrupamento de culturas agronômicas e horticulturas como boro móvel ou boro imóvel. As culturas agronômicas e a maioria das verduras são espécies de boro imóvel. No entanto, uma quantidade relativamente maior de culturas de frutos e nozes e castanhas são espécies de boro móvel. Claramente, há necessidade de estudar todas as plantas importantes do ponto de vista econômico em relação à mobilidade de boro. Esse conhecimento aprimorará a capacidade dos’ produtores de diagnosticarem deficiências de boro e usarem os métodos mais eficazes de aplicação de fertilizantes de boro visando a produções ideais das culturas.
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Diagnóstico e correção da deficiência de boro
O conhecimento sobre a mobilidade ou imobilidade de boro em várias espécies de plantas é importante na interpretação dos resultados das análises das plantas. A Tabela 3 mostra que o boro se acumula nas folhas mais velhas de espécies de boro imóvel. Portanto, não se deve obter amostras de folhas recém-desenvolvidas ou totalmente expandidas para diagnosticar a deficiência porque essas folhas poderão não refletir o estado de boro dos tecidos em crescimento, para os quais um suprimento constante de boro é fundamental. O diagnóstico da deficiência de boro em espécies de boro imóvel pode ser realizado com a obtenção de amostras dos tecidos em crescimento.
Em contrapartida, é apropriado obter amostras de folhas maduras de espécies de boro móvel para diagnosticar a deficiência de boro. O teor de boro das folhas maduras reflete o estado do boro da planta inteira, incluindo tecidos jovens com crescimento ativo. Nessas espécies, uma diminuição na absorção de boro não afetará os tecidos em crescimento até que o reservatório de boro solúvel dos tecidos maduros tenham se esgotado pela transferência para os tecidos mais jovens.
A correção da deficiência de boro é diretamente afetada pela mobilidade ou imobilidade de boro nas plantas. Nas espécies em que o boro é imóvel, o boro aplicado nas folhas não sairá do local da aplicação. Esse boro não é capaz de atender aos requisitos de boro dos tecidos ainda em formação. Portanto, as aplicações de boro devem ser feitas diretamente nos tecidos em desenvolvimento, como gemas das flores e flores, para garantir um suprimento adequado de boro durante seu período crítico de desenvolvimento.
Por outro lado, pulverizações foliares de Solubor® podem ser aplicadas em plantas de boro móvel sempre que folhas funcionais estiverem presentes. O boro aplicado pode corrigir as deficiências de boro atuais e também fornecer boro para o desenvolvimento futuro das flores e dos tecidos dos frutos. Os benefícios das adubações foliares de boro no desenvolvimento dos frutos têm sido observados em espécies de árvores de boro móvel, como amêndoa, maçã, ameixa e ameixa seca.
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